O PIB do primeiro trimestre de 2023 veio em 1,9%. Não deveria ser surpresa, dado o sucesso da safra de verão, que gerou um recorde na produção de grãos, especialmente a soja, excetuando o Rio Grande do Sul. Lembrando que, em termos nacionais, o resultado da agropecuária (crescimento histórico de 21,6%) incide particularmente no PIB do primeiro trimestre. Ora, se retirarmos do cálculo o resultado do setor primário, o PIB teria sido de apenas 0,52%, pois os serviços ficaram em 0,6% e a indústria em -0,1%. Isso nos remete a alertar que, para os três trimestres restantes, a tendência é de um PIB menor (alguns chegam a avançar PIB negativo na segunda metade do ano). Com isso, o fechamento de 2023 deverá ficar com um PIB entre 1% e 2%, contra 2,9% em 2022 (o Boletim Focus, que é produzido pelo Banco Central, com base em uma pesquisa semanal realizada junto a diversas instituições financeiras, como bancos, corretoras e consultorias, onde cada uma dessas instituições é convidada a fornecer suas projeções para os principais indicadores econômicos do país, no dia 05/06 apontou um PIB de 1,68% para 2023). Apesar de menor, o que é ruim, a projeção melhorou em relação ao patamar de 0,3% a 0,8% que se tinha no início do corrente ano. Ao mesmo tempo, se a nova projeção se confirmar, o PIB ainda ficaria abaixo do nível médio dos últimos 20 anos (2002-2022), que é de 2,2% ao ano. E é isso que preocupa: a própria média, por si só, já é largamente insuficiente, pois precisaríamos crescer 4% anualmente para dar conta das necessidades do país, em particular quanto a geração de empregos, melhoria da renda média e qualidade de vida da população em geral. Soma-se a isso o fato de que a Formação Bruta de Capital Fixo, que corresponde aos investimentos produtivos privados, ficou negativa em 3,4% neste primeiro trimestre. Ora, o investimento negativo sinaliza que as empresas não estão apostando na economia, o que indica a continuidade de um crescimento pequeno nos próximos anos (o Boletim Focus aponta 1,28% para 2024, 1,7% para 2025 e 1,9% para 2026). E esperar que o setor primário venha a puxar constantemente a economia é muita ousadia, além de ser largamente insuficiente, pois é o setor que menos gera empregos diretos no país. Portanto, o quadro econômico nacional continua ruim e a exigir muita cautela.
:)
Pesquisar
Postagens Anteriores
- dezembro (8)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (9)
- abril (9)
- março (8)
- fevereiro (8)
- dezembro (7)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (8)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (9)
- outubro (8)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (9)
- abril (9)
- março (9)
- fevereiro (6)
- dezembro (7)
- novembro (9)
- outubro (9)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (9)
- maio (8)
- abril (9)
- março (9)
- fevereiro (6)
- dezembro (6)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (10)
- abril (8)
- março (8)
- fevereiro (6)
- dezembro (7)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (10)
- julho (8)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (10)
- outubro (8)
- setembro (8)
- agosto (10)
- julho (8)
- junho (10)
- maio (8)
- abril (7)
- março (11)
- fevereiro (6)
- dezembro (8)
- novembro (8)
- outubro (8)
- setembro (10)
- agosto (8)
- julho (10)
- junho (8)
- maio (8)
- abril (8)
- março (10)
- fevereiro (6)
- dezembro (9)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (8)
- julho (10)
- junho (8)
- maio (8)
- abril (10)
- março (9)
- fevereiro (8)
- dezembro (7)
- novembro (9)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (8)
- julho (11)
- junho (11)
- maio (15)
- abril (14)
- março (16)
- fevereiro (12)
- dezembro (8)
- novembro (13)
- outubro (11)
- setembro (13)
- agosto (14)
- julho (12)
- junho (16)
- maio (10)
- abril (3)