Os últimos dados oficiais disponíveis dão conta de que o Brasil possui, neste início de 2023, 70,1 milhões de cidadãos inadimplentes (que não conseguem pagar suas dívidas). Um recorde da série histórica, lembrando que em janeiro de 2018 o número era de 59,3 milhões de pessoas. Além disso, a média da dívida cresceu, no período, 19%, atingindo R$ 4.612,30 por pessoa inadimplente. A falta de conhecimento financeiro das pessoas, a inflação e os juros altos são os elementos que mais impactam nestes números (cf. Serasa Experian). Pelo sim ou pelo não, o fato é que o número de pessoas é altíssimo, considerando os aposentados e a população economicamente ativa. Além disso, sabendo que, de cada 10 brasileiros que trabalham de alguma forma, nove possuem renda mensal inferior ou igual a R$ 3.000,00, deve-se muito mais do que se recebe em média. Afora a necessária educação financeira, é preciso entender o mecanismo inflação x juros. Em boa parte, o juro elevado é consequência da inflação elevada que tivemos entre 2019 e fins de 2022, puxada pela pandemia, pela guerra Rússia x Ucrânia e pelo descuido na condução da política econômica do governo. Assim, a dívida cresce porque os preços disparam. Feita a dívida, a mesma sobe porque os juros aumentam, como instrumento de combate à inflação. E no meio disso, tem-se ainda o desemprego, os empregos mal pagos e alta informalidade. O quadro é ainda mais perverso porque a principal inadimplência está no rotativo do cartão de crédito, que a maioria ainda não sabe financeiramente usar. 86,6% das dívidas, grande parte gerando inadimplência, é feita com este instrumento aqui no país. Ora, o juro anual do cartão, neste momento, ultrapassa os 417%. Se uma pessoa fica inadimplente de R$ 500,00, por 12 meses, no final do período terá um débito de R$ 2.600,00. Se, porventura, esta dívida inicial permanecer por cinco anos, o débito sobe para estratosféricos R$ 1,8 milhão (cf. Anefac). Não há economia que resista à tal realidade. Cidadão sem dinheiro, inadimplente, não consome; não havendo consumo não se vende; não vendendo, trava a produção (depender do mercado externo não é suficiente); travando a produção, temos elevação do desemprego; e, por consequência, um PIB anêmico. Não é difícil entender, mas há muita resistência quanto a corrigir o problema.
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