(23/08/2013 a 29/08/2013)
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sexta-feira, 30 de agosto de 2013
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
TENDÊNCIAS
Prof. Dr. Argemiro Luís
Brum
(CEEMA/DACEC/UNIJUI)
01/09/2013
ERROS DE AVALIAÇÃO
Ou
o governo, personificado no ministro Mantega, não está enxergando o que
acontece na área cambial ou, como deve ser o caso, não quer dizer, por razões
políticas, o que realmente está percebendo. Mas uma coisa é certa: a
desvalorização cambial está longe de ser apenas um processo causado pela
possibilidade de os EUA reduzirem os estímulos à sua economia. Dito de outra
maneira, é possível creditar 30% do que ocorre com o nosso câmbio a este fato
externo, que ainda não se concretizou, pois o governo estadunidense não sabe
exatamente se a sua economia está efetivamente iniciando um processo de
recuperação, mesmo que tímido, a ponto de não necessitar mais dos US$ 85
bilhões mensais que está injetando ao consumo. Isso explica porque as demais
moedas do mundo emergente igualmente se desvalorizam. Todavia, a intensidade
maior da desvalorização do Real se deve ao descontrole interno de nossa
economia, para o qual podemos creditar os outros 70% do movimento de
enfraquecimento de nossa moeda. O descrédito para com a nossa economia, que vem
desde o final do ano passado, por parte do resto mundo e, particularmente, por
parte do capital internacional, a partir do momento em que se confirmou que o
governo brasileiro estava maquiando dados econômicos para esconder a realidade,
está por trás desta situação mais aguda. Na prática, está saindo mais dólares
do que entra no país, além de muitos investidores e especuladores estarem mais
receosos de colocarem seus recursos no Brasil. Faz tempo que deixamos de ser a
“menina dos olhos” do mundo emergente, para tais capitais. Para piorar o quadro,
nossa balança comercial, mesmo com o atual câmbio, até meados de agosto
registra um déficit superior a US$ 4 bilhões contra um superávit acima de US$
11 bilhões em igual período do ano passado. Isso significa menos entrada de
dólares também pelo lado comercial, junto ao setor produtivo nacional.
Resultado: nossa balança de transações correntes deverá fechar o ano com um
déficit recorde ao redor de US$ 70 bilhões. Portanto, publicamente o governo
erra na avaliação das causas da atual crise cambial que, por sinal, a classifica
de minicrise, na linha da “marolinha” usada pelo ex-presidente Lula quando se
referiu ao impacto da crise mundial de 2007/08 sobre o Brasil.
ERROS DE AVALIAÇÃO (II)
Mas
o erro de avaliação não pára aí. O governo considera que a atual crise cambial
terá impacto menor sobre o Brasil do que a provocada pelo estouro econômico ocorrido
na Europa entre 2010 e 2012. Ora, naquela oportunidade a economia brasileira
ainda estava em alta, mesmo que de forma insustentável, a inflação nacional
tinha melhor controle, e a confiança dos investidores internacionais para com o
Brasil chegava ao seu ápice. Hoje vivemos uma situação totalmente contrária.
Portanto, somente na inflação nacional, que já está assustando há meses, o
impacto já será maior para o brasileiro, pois nossas importações ficaram, em
menos de quatro meses, 22,5% mais caras quando o câmbio bateu em R$ 2,45 por
dólar. Por outro lado, apesar das intervenções importantes do Banco Central no
mercado cambial, o Real se recupera muito pouco e, por enquanto, sempre de
forma instável. Deveremos, neste ritmo, queimar US$ 60 bilhões até o final do
ano tentando segurar o câmbio. Por fim, neste contexto, contrariamente ao que
ocorreu recentemente, quando alguns juros baixaram pela pressão política do
governo, embora também aí o movimento tenha sido um enorme erro de avaliação,
os juros no país, que voltaram a se elevar neste ano, continuarão subindo,
puxados pelo aumento na taxa Selic (hoje em 9% ao ano).
ERROS DE AVALIAÇÃO (III)
Assim,
já é de bom alvitre esperar que a Selic termine 2013 ao redor de 10%, embora,
mais uma vez por questões políticas, o governo relute em realizar tal
movimento, mesmo que necessário e já urgente. Afinal, juros mais altos atraem
dólares, fato que pode auxiliar na contenção da desvalorização do Real, além de
segurar em parte a inflação real que se aproxima. Obviamente, o preço maior a
pagar por tudo isso é um crescimento econômico pífio não só para 2013, já
consolidado, mas também para 2014. Além disso, é óbvio que medidas duras de
correção estrutural terão que ser feitas e, se por razões eleitorais o governo
não as fizer ainda neste ano (e estamos longe de verificar isso), teremos que
fazê-las em 2015, seja quem for o eleito. Portanto, preparemo-nos, pois os
efeitos da grande crise mundial apenas estão chegando ao país na medida em que
foram temporariamente desviados pelas medidas públicas que agora se esgotam e
cobram seu preço. Dito de outra forma, perdemos a oportunidade, durante a
crise, de colocar a casa em dia (pelo contrário, apenas pioramos a situação
empurrando o problema de “barriga”) e, agora, quando o mundo começa a sair da
recessão nós entramos, mais uma vez, em marasmo econômico e sem timoneiro para
nos conduzir a uma realidade melhor. E não foi por falta de aviso! Inclusive,
desta feita, embora tardiamente, aviso este também procedente das ruas.
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
O RETORNO DOS ACORDOS DE LIVRE-COMÉRCIO (Final)
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum (CEEMA/DACEC/UNIJUI)
29/08/2013
Vimos no comentário passado que o mundo
retoma os acordos de livre-comércio, com destaque para as negociações entre EUA
e União Europeia. Outro passo nessa lógica encontramos na retomada do acordo
entre Mercosul e União Europeia. Após o fracasso da primeira tentativa, em 2004,
quase 10 anos depois se busca um novo caminho. Pela debilidade do Mercosul,
incluindo a própria falta de consenso entre seus membros na aplicação de uma
zona de livre-comércio regional, o risco precisa ser muito bem calculado sobre
os efeitos positivos diretos de tal acordo para nossos países. Não acreditando
muito na capacidade regional de avançar junto ao mesmo, o Brasil, pela primeira
vez, cogita de realizar um processo de livre-comércio com a União Europeia de
forma isolada, ou seja, sem carregar consigo o Mercosul. Afinal, 37% do
comércio entre a América Latina e a União Europeia vem do Brasil. E nosso país,
mesmo que tardiamente, acorda para a importância de se aproximar dos europeus
na medida em que está para perder as vantagens do chamado Sistema Geral de
Preferências (regra internacional que permite à economias menores – que já não
somos mais – vender produtos aos países ricos com menos barreiras). O problema,
para tal acordo se concretizar continua sendo o mesmo que impediu um acerto em
2004 entre o Mercosul e a União Europeia: o Brasil espera que os europeus abram
definitivamente o seu mercado de produtos primários, particularmente o
agropecuário, enquanto em troca os europeus acenam com uma abertura parcial
nesta área, porém, exigindo que abramos o comércio de serviços, o sistema
financeiro, as licitações públicas etc. Dito de outra forma, será preciso muita
habilidade nas negociações para que tal acordo seja positivo para os dois
lados. Pelo sim ou pelo não, o fato é que, para quem achava que o liberalismo
econômico estava enterrado, a partir da crise mundial, a lição que recebe é que
no capitalismo as crises geralmente servem para reestruturar o processo
econômico, eliminando os menos preparados. A questão é verificar se nosso país
conta com o preparo suficiente, nesse momento, para assumir um protagonismo na
área comercial internacional, já que o governo que hoje temos pouco tem sido
simpático ao livre-comércio. Ora, o mundo se mexe, mesmo dentro da crise que o
envolve, e não podemos ficar paralisados por ações ideológicas retrógradas sob
pena de continuarmos à margem do cenário econômico internacional. Isso não significa
abrir a economia de qualquer jeito e sim negociar de forma inteligente de
maneira a que o país ganhe com um maior liberalismo comercial. Para tanto,
temos que investir na melhoria de nossa competitividade em todos os setores, a
começar pelos serviços públicos.
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Análise Semanal de Mercados da Soja, do Milho e do Trigo
(16/08/2013 a 22/08/2013)
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quarta-feira, 21 de agosto de 2013
A NOVA POLÍTICA AGRÍCOLA DA EUROPA (I)
Prof.
Dr. Argemiro Luís Brum
CEEMA/DACEC/UNIJUI
Agosto
de 2013
No cenário mundial da
agricultura, a política agrícola comum (PAC) da União Europeia assumiu, desde
1957, contornos decisivos. O largo espectro de subsídios e protecionismos
adotados pelos europeus tem incomodado muito países exportadores de produtos
agrícolas, caso do Brasil. Pois após dois anos de discussão os europeus deverão
passar a uma nova fase agrícola para o período 2014 a 2020. O orçamento global
para a agricultura será reduzido em 12%. Mesmo assim, ele representa ainda 38%
do orçamento total da União Europeia, alcançando 373 bilhões de euros (pelo
câmbio atual, R$ 1,2 trilhão, ou seja, 27% de todo o PIB brasileiro de 2012).
Por sua vez, em termos práticos a ideia é tornar a PAC mais respeitosa do meio
ambiente e mais justa. Nesse sentido, até 2019 dois caminhos serão seguidos
para reequilibrar os subsídios por hectare semeado, a fim de impedir que os que
têm mais área recebam mais dinheiro. Em primeiro lugar, os agricultores que
recebem menos ajuda na atualidade não poderão receber menos de 60% do preço
médio por hectare de um país ou região. Em segundo lugar, os que hoje ganham
mais não poderão perder mais de 30% de seus atuais subsídios. Os países
poderão, igualmente, manter ajuda casada a certas produções em dificuldade,
caso da pecuária. Eles poderão adicionar a estas entre 8% a 13% do valor dos
subsídios. Eles também estão autorizados a dar uma ajuda adicional para os 30
primeiros hectares do produtor em dificuldade. Seria uma maneira de sustentar
as pequenas propriedades rurais e os criadores. Todavia, não houve consenso
quanto a limitar em 300.000 euros anuais (R$ 966.000,00) os subsídios por
propriedade, reduzindo gradativamente os montantes superiores a 150.000 euros
(R$ 483.000,00). Entretanto, ficou decidido que somente os agricultores ativos
se beneficiarão de subsídios diretos. Ou seja, os europeus reorganizam sua
política agrícola mas não deixarão de subsidiar fortemente seu setor primário.
No próximo comentário destacaremos as medidas relacionadas ao meio ambiente.
O RETORNO DOS ACORDOS DE LIVRE-COMÉRCIO (I)
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum (CEEMA/DACEC/UNIJUI)
22/08/2013
Na esteira da crise econômica mundial,
um sinal de que, aos poucos, os países desenvolvidos estariam iniciando um
processo de saída da mesma, embora lenta e difícil, nos chega das diferentes
intenções de se retomar os acordos de livre-comércio. É sabido que em épocas de
crise a tendência dos países é se fecharem economicamente, imaginando que tal
medida evita um contágio maior. Ledo engano! Em época de crise há necessidade
de se ampliar a produção e as exportações, especialmente junto a países que carecem
de um mercado interno importante. Assim, desenvolver acordos comerciais
multilaterais seria uma estratégia positiva, embora necessite de cuidados no que
diz respeito ao que será negociado. Nesse momento, dois grandes acordos
estariam em construção, além dos acordos regionais tipo o bloco do Pacífico
construído por alguns países latino-americanos recentemente. Trata-se do
excepcional acordo entre EUA e União Europeia de um lado, e da retomada das
negociações entre o Mercosul e a União Europeia. No primeiro caso, as
negociações começam e devem durar alguns anos, pois os temas são espinhosos
(regulação financeira; proteção de dados privados; produtos geneticamente
modificados; carne bovina produzida a base de hormônios nos EUA e bloqueada na
Europa; a produção audiovisual, a agricultura em geral, os serviços públicos etc...). Mas o início do processo de
negociação já foi dado. Ora, a aproximação comercial entre as duas principais
economias mundiais, que representam juntas 40% do comércio internacional e mais
da metade da produção mundial, poderá modificar definitivamente a realidade dos
países emergentes, com os mesmos perdendo espaço no cenário global. Especialmente
em relação à China, país que vem crescendo e assumindo relevância econômica e
comercial a ponto de assustar aos dois grandes que agora buscam tal união
comercial. Mas é certo que os respingos irão sobrar para o Brasil, que titubeia
na condução do Mercosul e na própria estratégia de abrir comércio. Somos um
país ainda muito fechado economicamente, com o comércio internacional representando
apenas 20,9% do PIB em 2012, quando o mínimo para ser considerada uma economia
aberta seria de 30%. Aliás, em nossa história nunca alcançamos os 30% na
relação corrente comercial (exportações + importações) e PIB. Na próxima coluna
daremos sequência ao assunto.
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
TENDÊNCIAS
Prof. Dr. Argemiro Luís
Brum
(CEEMA/DACEC/UNIJUI)
18/08/2013
BALANÇA COMERCIAL PATINA
APESAR DO CÂMBIO
Ao
alcançar R$ 2,35 por dólar nesta semana de agosto, a moeda brasileira registra,
desde meados de maio deste ano (em três meses, portanto) uma desvalorização de
17,5%. A mesma já ultrapassou os limites da normalidade a se julgar correta a
análise do FMI de que o Real, a partir da média de 2012 (R$ 1,96) deveria se
desvalorizar entre 10% a 15% para alcançar a paridade de poder de compra
normal. Ou seja, nestas condições a moeda brasileira deveria oscilar entre R$
2,15 e R$ 2,25 para ficar em sua normalidade perante o dólar dos EUA.
Obviamente, o mercado, receoso com a condução da economia brasileira, não
entende desta maneira e vem especulando fortemente contra o Real, testando os
limites de atuação de nosso Banco Central quanto a sua capacidade de controlar
o câmbio via a venda de dólares oriundos das reservas. Todavia, em um
determinado momento um ajuste terá que ser feito. Nem que para isso o governo
se veja obrigado a acelerar o aumento da taxa Selic, buscando não só controlar
a pressão inflacionária mas igualmente atrair mais dólares ao país para
estabilizar o câmbio. Enquanto isso não ocorre, os efeitos de uma
desvalorização cambial acima do normal se fazem sentir. A partir deste mês de
agosto os preços dos produtos importados e daqueles que possuem componentes
importados deverão iniciar um processo de alta, pressionando a inflação
nacional. Em não havendo maquiagens oficiais sobre os números, os futuros
índices inflacionários poderão ser mais elevados do que o esperado, devendo
comprometer o objetivo mínimo de, pelo menos, fechar 2013 com uma inflação
oficial menor do que os 5,8% do ano passado. Por outro lado, como é do
conhecimento geral, uma desvalorização cambial desta envergadura favorece o
setor exportador, pois o mesmo ganha mais reais para cada dólar vendido no
exterior. Isso explica, por exemplo, a nova performance dos preços da soja no
momento.
BALANÇA COMERCIAL PATINA
APESAR DO CÂMBIO (II)
Nesta
semana, a média da soja no balcão gaúcho ficou em R$ 59,10/saco. Ora, se o
câmbio tivesse permanecido em R$ 2,00 por dólar, como estava até meados de
maio, o saco de soja hoje, considerando as demais variáveis, como cotações em
Chicago e prêmio no porto, não passaria de R$ 50,00. Assim, seria de se esperar
uma recuperação no comportamento da balança comercial brasileira como um todo,
já que com esse câmbio as exportações estão estimuladas e as importações menos
interessantes. Mas não é isso que se observa. É claro que devemos dar um
desconto ao fato de que são apenas três meses de moeda desvalorizada, fato que
não permite um repasse total aos exportadores. Mesmo assim, o resultado de
nossa balança comercial é decepcionante. Até o dia 11/08 o saldo comercial
brasileiro era negativo de US$ 4,4 bilhões, contra US$ 11,5 bilhões positivos
no mesmo período de 2012. Ora, a média cambial deste ano é muito melhor do que
o R$ 1,96 do ano passado. Portanto, nossa péssima performance comercial não
está exatamente ligada ao câmbio e sim a fatores como a baixa competitividade
de nossos produtos. Nesta cadência, será de comemorar se fecharmos o ano com um
saldo zero, o que obviamente irá comprometer o resultado da já deficitária
balança de transações correntes. Dito de outra forma, a forte desvalorização do
Real ainda não trouxe efeitos positivos para o comércio exterior brasileiro e
provavelmente não o trará, pelo menos neste ano. Afinal, até meados de agosto
as exportações ainda registravam um recuo de 2,77% sobre igual período do ano
passado, enquanto as importações aumentaram em 8,8% na mesma oportunidade.
Diante deste quadro externo e com o mercado interno reduzindo seu ímpeto, é
compreensível que o setor produtivo brasileiro enfrente enormes dificuldades e
passe, paulatinamente, a desempregar apesar das medidas de apoio oficiais.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Análise Semanal de Mercados da Soja, do Milho e do Trigo
(09/08/2013 a 15/08/2013)
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quarta-feira, 14 de agosto de 2013
MUDA O MODELO DE CRESCIMENTO CHINÊS
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum (CEEMA/DACEC/UNIJUI)
15/08/2013
Hoje a evolução do mundo, em busca de
uma saída definitiva da crise instalada há seis anos, nos mostra o seguinte
quadro: os EUA iniciam uma lenta, porém, aparentemente segura recuperação; a
União Europeia parece iniciar uma saída da recessão, que será demorada e
dolorosa para sua população, pelos ajustes econômicos duríssimos a serem
feitos; o Japão volta a crescer, porém, esperava fazer melhor; e os emergentes
diminuem consideravelmente seu ritmo de crescimento, alguns até mesmo mudando
de modelo de crescimento. No caso do Brasil, o esgotamento do crescimento
econômico pelo consumo interno requer novas ações para dinamizar tal mercado, o
que passa por reformas estruturais que não ocorrem, fato que freia o país. E
apostar apenas no empuxe do mercado externo, que tende a demorar ainda, já não
é mais suficiente. Na China, o PIB deixa para trás a fase do crescimento a mais
de 10% ao ano, que ilustrou o país entre 1990 e 2010, reduzindo o mesmo para
níveis ao redor de 7% anuais daqui em diante. E isso requer atenção do resto do
mundo, pois se trata da segunda maior economia do Planeta. Após contribuir
largamente para puxar a economia mundial, debilitada pela crise, o país do
Oriente apresenta indicadores econômicos em recuo, tanto na demanda interna,
quanto nos preços à produção, nos créditos para investimento e em outros
aspectos. A diferença de tal processo, em relação ao Brasil, é que aqui as
coisas acontecem à revelia do governo, com o mercado nos puxando para baixo
apesar dos esforços oficiais contrários. Na China, a mudança é desejada e está
nos planos oficiais. É claro que a mesma tende a causar impactos negativos no
resto do mundo, acostumado a ter no mercado chinês uma tábua de salvação.
Todavia, as mudanças ali ocorridas vêm de causas estruturais, e tendem a ser
positivas para todos no longo prazo. Senão vejamos: os salários locais estão se
elevando, reduzindo a competitividade do produto local perante o mundo; a moeda
vem se valorizando constantemente nos últimos tempos, reduzindo a
competitividade dos produtos locais via câmbio; a política de crédito a
qualquer preço se reduziu bastante; e há uma redução na rentabilidade do
capital numa economia marcada por um excesso de investimentos em
infraestruturas. Na prática, segundo analistas internacionais, a China estaria fazendo
uma lenta passagem de um modelo de crescimento para outro (cf. Le Monde). Ou
seja, sua economia estaria deixando de ser puxada pelos investimentos e a
exportação, para privilegiar um modelo de consumo interno, acrescido pelo
início da instalação de um “Estado-providência”, com ênfase na saúde e na
aposentadoria, no estilo europeu. A ideia é dar uma resposta concreta às
necessidades de um país onde a população em idade de trabalhar diminui e o meio
ambiente natural se degrada rapidamente. Em outros termos, a China se
“normaliza” após um “boom” econômico avassalador nos últimos 20 anos. Cabe ao
mundo se adaptar a esse novo cenário!
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Análise Semanal de Mercados da Soja, do Milho e do Trigo
(02/08/2013 a 08/08/2013)
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TENDÊNCIAS
Prof. Dr. Argemiro Luís
Brum
(CEEMA/DACEC/UNIJUI)
11/08/2013
O AVANÇO SOCIAL E A
CRISE MÉDICA
É
inegável que o Brasil, apesar dos graves problemas econômicos existentes,
avançou em bem-estar social desde 1994, quando conseguiu estabilizar a
economia, controlar a inflação e proporcionar um ganho de renda indireto ao
cidadão. Essa realidade melhorou ainda mais na última década (2000-2010),
segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado
ao governo federal. Isso porque, além de perseverar na estabilização econômica,
os governos de então, construíram programas de transferência de renda, hoje
incorporados particularmente no chamado Bolsa Família. Graças a isso tudo, na
primeira década dos anos 2000 a desigualdade de renda entre os habitantes do
país diminuiu 80% nos municípios brasileiros. O rendimento domiciliar per
capita cresceu 63% acima da inflação no período, enquanto nos 10 anos
anteriores o ganho havia sido de 51%. Ainda mais interessante, o estudo identificou
que 58% da redução da desigualdade vem do aumento da renda obtida no trabalho e
tão somente 13% seria atribuído ao programa Bolsa Família em si. Além disso,
sem as políticas de transferência de renda a desigualdade teria caído 36%
menos. Enfim, graças a isso o bolo teria crescido mais junto aos pobres, embora
os ricos não tenham ficado mais pobres (o rendimento médio dos 10% mais ricos
de cada município cresceu 60% na média geral ao longo da década estudada). Na
prática, a diferença saiu da classe média, esta que lidera as manifestações
populares deste meio de ano.
O AVANÇO SOCIAL E A
CRISE MÉDICA (II)
Essas
são as estatísticas! A partir das mesmas, três aspectos merecem consideração
aprofundada. Em primeiro lugar, o trabalho no Brasil, desde 2012, começa a
sofrer as consequências de dois elementos: a redução na produção, pelo
esgotamento do mercado interno e a falta de recuperação externa, no contexto da
crise mundial; e a elevação dos salários, muito superior aos ganhos de
produtividade que a mão de obra oferece às empresas. Com isso, o desemprego mais
elevado já é uma realidade na maioria dos setores e a geração de empregos
diminui consideravelmente. Em segundo lugar, o país não tem condições de manter
o assistencialismo aos mais pobres sem que haja a construção de uma via de
saída, fato que agora ficou mais difícil. Ou seja, a tendência é aumentar o
número de pessoas em busca da assistência do Estado, sem que tenha havido uma
organização suficiente para formar estas pessoas a fim de postularem empregos,
mesmo em um mercado de trabalho agora mais difícil. Enfim, não basta apenas
melhorar a renda se não há serviços públicos adequados. Aliás, essa parcela da
sociedade, ao se tornar mais exigente graças à melhoria de renda, se depara com
a falta de serviços públicos de qualidade, quando existem. E nesse ponto entra
a polêmica dos médicos.
O AVANÇO SOCIAL E A
CRISE MÉDICA (III)
A
mesma se insere num contexto mais amplo. O ensino da medicina sempre foi
elitizado neste país. Na maioria dos casos, a doença virou um comércio. Tanto é
verdade que a maioria dos estudantes de medicina busca esta profissão porque
ela rende dinheiro junto ao sistema privado. E o péssimo serviço público,
apesar das conquistas obtidas nos últimos tempos, apenas alimentou tal tendência.
Por sua vez, grande parte dos médicos formados não se interessa por trabalhar
no interior por falta de infraestrutura, mesmo quando muito bem pagos em
relação às demais categorias profissionais. Não só infraestrutura para o
exercício da profissão, que tem sido uma calamidade, salvo exceções, mas
igualmente infraestrutura de vida para si e sua família. Ou seja, o governo se
preocupa com o número de médicos disponíveis, porém, não investe na qualidade
da infraestrutura disponibilizada aos mesmos para que tratem dos doentes e
atuem preventivamente. Para se ter uma ideia, o Brasil ainda ocupa a 72ª
posição mundial em termos de despesas de saúde por indivíduo. O investimento
público brasileiro destina à saúde apenas US$ 317,00 anuais por indivíduo, ou
seja, 40% menos do que a média mundial (cf. OMS). E o governo, incompetente na
redução das despesas que sustentam a máquina pública, só vê saída no aumento de
impostos para solucionar o problema, quando a história do último imposto em
data para o caso (a CPMF) mostra que apenas 35% de sua arrecadação se destinava
realmente para a saúde pública brasileira. Portanto, a crise médica no Brasil
pode ser tudo, menos a falta de médicos para atender a população. Aliás, conforme
o jornal francês Le Monde, o Brasil já possui 2.399 médicos estrangeiros,
oriundos de 53 países segundo dados oficiais brasileiros. E a grande maioria também
concentrada nos grandes centros e nas regiões mais ricas do sul do país, pois
não há salário que pague a falta de infraestrutura para trabalhar e viver.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
EM QUE NÍVEL O DÓLAR DEVE SE ESTABILIZAR ?
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum (CEEMA/DACEC/UNIJUI)
08/08/2013
A partir do dia 14 de maio passado o
Real sofreu forte desvalorização, passando de R$ 2,00 para R$ 2,30 por dólar no
dia 05/08. Os motivos são conhecidos e já foram amplamente aqui comentados. A
questão agora é definirmos em que nível a moeda brasileira deve se fixar para
ficar dentro de uma paridade de poder de compra aceitável, em relação à moeda
dos EUA (o cálculo da paridade de poder de compra leva em conta a evolução das
inflações ocorridas nos dois países durante um determinado período de tempo). Nesse
sentido, o FMI divulgou, neste início de agosto, que, pela média de 2012, o
Real estava sobrevalorizado entre 10% a 15%. Em isso estando correto, até onde
a moeda nacional deveria se desvalorizar? Vamos por partes! Em primeiro lugar,
pela paridade de poder de compra, tomando-se como ponto inicial janeiro de 1999
(momento em que entramos no chamado sistema de câmbio flutuante), o valor de
nossa moeda, nesse mês de agosto/13, deveria estar ao redor de R$ 2,00. Aceitando
a ideia de ser necessário um tempo para estabilizar a moeda, após o choque da
passagem para o câmbio flutuante, podemos considerar como ponto inicial do
cálculo o mês de julho de 1999. Nesse caso, o valor do Real deveria ser hoje,
para manter a paridade desta última data, algo em torno de R$ 2,10. Em segundo
lugar, quando ingressamos no processo de câmbio flutuante nossa moeda valia R$
1,21, sendo que a média de janeiro/99 ficou em R$ 1,57. Já no primeiro semestre
de 2012 a média cambial do Real ficou em R$ 1,86. Ou seja, mesmo com uma
desvalorização de quase 19% no período, ainda longe da paridade julgada ideal.
Essa realidade foi parcialmente corrigida no segundo semestre do ano passado,
quando a média cambial saltou para R$ 2,04. Assim, entre o primeiro e o segundo
semestre do ano passado houve nova desvalorização, pela média semestral de
nossa moeda, na altura de 9,5%. Já no primeiro semestre de 2013 o Real voltou a
se valorizar um pouco, ao fechar o período na média de R$ 2,03. Enfim, considerando
que os cálculos do FMI estejam corretos, na medida em que não ficam muito
distantes do cálculo de paridade a contar de julho de 1999, a atual
desvalorização ainda se justifica. A média de 2012 ficou em R$ 1,95 pelos dados
do Banco Central do Brasil. A partir da mesma, uma desvalorização entre 10% a
15%, seguindo a lógica do FMI, levaria o valor do Real entre R$ 2,15 e R$ 2,25
por dólar. Nestas condições, de maio/13 para cá já alcançamos a paridade
correta. Dito de outra maneira, acima de R$ 2,25, neste ano, o Real passa a um
estágio de desvalorização demasiada. Assim, nossa moeda, seja pela ação do
governo (vendendo dólares de suas reservas) ou pela própria lógica do mercado
(eliminando os excessos especulativos), deve estacionar atualmente no máximo em
R$ 2,25 por dólar para ficar na paridade correta.
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Análise Semanal de Mercados da Soja, do Milho e do Trigo
(26/07/2013 a 01/08/2013)
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O CENTRO DO PROBLEMA ECONÔMICO
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum (CEEMA/DACEC/UNIJUI)
01/08/2013
O centro da crise econômica mundial se encontra hoje na enorme dívida
pública, também conhecida como dívida interna, acelerada pelo estouro da crise
econômico-financeira de 2007/08. Essa dívida é composta pelo total dos débitos
assumidos pelo governo junto às pessoas físicas e jurídicas residentes no
próprio país. Sempre que as despesas do governo superam a receita, há
necessidade de dinheiro para cobrir o déficit. Esse dinheiro pode vir de três
fontes: emissão de papel-moeda (com o risco de gerar mais inflação); aumento da
carga tributária (que pode sufocar o sistema produtivo); e o lançamento de
títulos públicos (que pode gerar fortes altas das taxas de juros, provocando um
aumento da própria dívida interna). Nesse contexto, o correto seria não gastar
mais do que a receita e, em isso já existindo, cortar as despesas para ajustar
a contabilidade. Infelizmente o Brasil não faz isso! Até o início deste ano
estudos econômicos informavam que o patamar aceitável de endividamento era de
90% do PIB anual. Todavia, os economistas que construíram esse modelo
informaram, em abril passado, que seus estudos têm falhas e que não é correto
considerar que, ao ultrapassar o teto de 90% do PIB, o país assiste a um recuo
em seu crescimento econômico, podendo chegar mesmo a recessão. Tal afirmação
permite agora duas possibilidades: determinados países podem construir uma
dívida pública acima de 90% do PIB e não assistirem a um recuo no seu
crescimento econômico; outros países podem verificar um crescimento econômico
baixo mesmo com uma dívida pública bem menor do que os 90% do PIB. Tudo depende
de como se administra essa questão. No caso do Brasil, a julgar pelo
comportamento histórico de nossa economia, estaríamos na segunda realidade. A
previsão de nossa dívida pública, para o final de 2013, é de R$ 2,2 trilhões,
ou seja, em torno de 50% do PIB atual. Com o agravante de que ela vem
aumentando constantemente. Aliás, o anúncio de cortes de R$ 10 bilhões no
orçamento deste ano é pífio diante do tamanho da conta. Além disso, as
diferentes instâncias de governo continuam gastando mais do que podem e mal. O
custo das prefeituras brasileiras com os chamados cargos de confiança, por
exemplo, é uma agressão ao bom-senso e à população em geral que acaba de
manifestar pesadamente contra esse tipo de descalabro. Mais, no primeiro
semestre de 2013 o Governo Central brasileiro obteve uma receita líquida de 8,2%
enquanto os gastos aumentaram 12,9%, com o agravante de que tais gastos pouco
beneficiaram a sociedade e sim foram feitos para manter a máquina pública,
inchada e ineficiente (gastos de custeio). Tais gastos cresceram 23,9% entre
janeiro e junho deste ano, em relação a igual período do ano passado. Nesse
ritmo, os anos futuros serão sempre piores do que os anos presentes, até
quebrarmos e a conta sobrar para todos! Aliás, há muito Estado e município
brasileiro que já está quebrado e continuamos sorrindo como se isso não fosse
conosco.
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